Calvície

O cabelo sempre foi um símbolo positivo de comunicação social, de juventude, vitalidade, força, virilidade e dinamismo. Quando uma pessoa se apercebe que a calvície se alastra sofre um dramático transtorno emocional e psicológico e ela tenta tudo para ter o cabelo perdido. Isso acontece nos dias de hoje e tem acontecido desde épocas remotas. Nestes últimos milhares de anos, foram feitas infinitas tentativas para tratamento da calvície masculina e se, por acaso, alguma tivesse funcionado, hoje não haveria nenhum calvo. Os tratamentos não resultaram porque as causas da calvície masculina, invariavelmente, são genéticas e hormonais e nada do que foi tentado atacava essas causas.

Estima-se que de todos os homens na casa dos vinte anos, 20% tenham calvície. Dos que tem trinta anos, 30% são calvos e assim sucessivamente. Portanto, o homem mais cedo ou mais tarde terá o problema de calvície. Alguns fingem não se importar, mas se houvesse uma mágica que num piscar de olhos acabasse com a calvície, não restaria nenhum calvo. Outros pacientes sofrem em silêncio, com diminuição da auto-estima e reflexos negativos na sua vida afetiva, social e profissional. O calvo passa a esconder-se atrás de um boné ou peruca ou isola-se deixando de conviver. Alguns procuram ajuda psicológica, mas a única solução é cobrir a calvície com uma megasessão de cabelos transplantados, com mais benefícios do que qualquer psicoterapia.

Se, entretanto, perguntarmos a qualquer pessoa sobre transplante de cabelo, logo lhe vem à mente os tufos e cabelo de boneca que se fez desde 1950 e por 30 anos seguidos. O calvo via-se livre do estigma da calvície, mas adquiria o estigma do cabelo de boneca. Hoje, os cirurgiões estão lutando contra essa herança indesejável, porque, na verdade, a técnica moderna evoluiu com refinamento ao ponto de se implantar cabelo fio a fio, imitando a naturalidade e praticamente não deixando marcas. Atualmente fazem-se sessões de seis mil ou mais cabelos com a técnica fio a fio e folicular. São a quantidade e qualidade desejada por todo o calvo.

Os tônicos capilares e demais produtos similares anunciados não fazem nascer cabelos. São sempre folclore, crendice ou propaganda enganosa. Essa, aliás, é a opinião do F.D.A. dos Estados Unidos quando unicamente aprovou o uso do minoxidil e finasteride para tratamento da calvície androgenética. Mas, para começo de conversa, esses dois medicamentos não fazem nascer cabelo onde a calvície já se estabeleceu. Tem indicação nos casos iniciais de calvície, melhorando o crescimento e diâmetro do cabelo e retardando a queda. A associação dos dois medicamentos é melhor, mas não o suficiente para dar o volume de cabelo que resolva o problema do calvo e possa substituir um transplante.

O único procedimento avançado que evoluiu com refinamento e excelência suficientes para restaurar o cabelo perdido é o transplante capilar fio a fio e folicular. Esta técnica funciona, funciona bem, funciona rápido e definitivamente. Resumindo, o transplante nada mais é do que uma transferência de folículos capilares da região posterior da cabeça para a região calva e que depois irão brotar com a mesma cor, brilho e textura. O paciente ao examinar o seu novo cabelo sentirá que é uma "coisa sua", com vida e naturalidade. Afinal, não é fibra sintética ou peruca. É o seu próprio cabelo que irá crescer normalmente para o resto da vida e que poderá ser cortado, lavado, tingido, sem nenhuma restrição.

O cabelo transplantado não tornará a cair, não precisará de manutenção, nem retoques. Por ser uma solução definitiva é um tratamento econômico.

Transplante de cabelo

Realização do transplante capilar

Por segurança e comodidade, o procedimento é feito em sala de cirurgia de hospital, equipada com oxímetro de pulso, fonte de oxigênio, monitor cardíaco, esfigmomanômetro automático contínuo, etc. Não há internação. É regime ambulatorial. Terminada a cirurgia o paciente volta para casa. Nunca fazemos em consultório. Toda a cirurgia é feita pelo cirurgião, ajudado por uma equipe treinada.

LINHA DA FRENTE

A linha da frente, sinuosa (em zigue-zague) é marcada com o auxílio de um espelho e depende de um consenso entre o paciente e o cirurgião. Deve ficar em harmonia e equilíbrio com o resto do rosto, ser compatível com a idade atual e a futura idade e ter a aprovação final do paciente.

ANESTESIA

A anestesia é local, após leve sedação, mas sem perda de consciência. A cirurgia é praticamente indolor.

ÁREA DOADORA

As unidades foliculares são colhidas de uma área doadora da região occipital na forma de uma elipse de couro cabeludo. As bordas da incisão são aproximadas e fechadas pela técnica "tricofítica" em que os cabelos crescem através da linha de sutura camuflando a fina cicatriz linear.

PREPARAÇÃO DOS ENXERTOS

Se examinarmos a cabeça com uma lupa, vamos observar que o cabelo emerge do couro cabeludo em grupos naturais que tem entre um a quatro fios e que devem ser separados e transplantados dessa maneira. São as unidades foliculares. Identificando e separando estas unidades foliculares, obtemos, portanto, enxertos de um a quatro cabelos. Cada enxerto é talhado individualmente e aparado do excesso de pele e de gordura. Em seguida são selecionados pelo número de fios e mantidos em soro fisiológico gelado.

IMPLANTE

Todo o implante é feito com agulhas especiais de diferentes calibres que produzem orifícios puntiformes, muito próximos uns dos outros, para receberem os enxertos. Preferimos usar agulhas porque não rasgam a pele, não comprometem a vascularização, não lesam as raízes vizinhas, permitem a proximidade dos enxertos e não deixam marcas. Não serão usados punchs, bisturis circulares ou aparelhos tipo "hand engine".

A partir da linha sinuosa (em zigue-zague) previamente marcada à frente, começa-se implantando enxertos de um só cabelo, depois de dois cabelos, a seguir de três cabelos e por último de quatro cabelos. Desta colocação em crescendo ou aumento gradual no número de cabelos e no tamanho dos enxertos, resulta um "dégradé" que imita a naturalidade do cabelo.

A megasessão (6.000 fios) trata toda a área calva, desde a linha da frente até à coroa, numa única etapa.

Terminada a cirurgia é feito um pequeno curativo. O paciente recebe um lanche e volta para casa. No dia seguinte vai ao consultório para retirada do curativo e lavagem da cabeça, podendo voltar às suas atividades normais.